Nas empresas que faço acompanhamento de jovens com deficiência intelectual, vejo muita gente com dúvida sobre o termo correto e sobre o que é deficiência intelectual.
De acordo com a Declaração de Montreal Sobre a Deficiência Intelectual (2004), o termo correto hoje é deficiência intelectual e não deficiência mental.
Deficiência mental é uma expressão em desuso, pois, confunde-se com transtorno mental (que remete a transtornos e síndromes associadas a sofrimento, dor e riscos persistentes). Deficiência Intelectual, além de menor estigma social e maior aceitação social, estabelece que as limitações são cognitivas e sociais.
“A deficiência intelectual é caracterizada pela limitação significativa tanto no funcionamento intelectual como no comportamento adaptativo que se expressam nas habilidades conceituais, sociais e práticas. A deficiência origina-se antes dos 18 anos de idade (AAIDD, 2010, p. 1)”
A D.I. pode aparecer em diversos transtornos e síndromes, mas também pode vir “sozinha”, como diagnóstico primário.
Pontos importantes:
Limitações no funcionamento: Representam significativas desvantagens para a pessoa em situação de deficiência em seu funcionamento na sociedade. Para diagnóstico, deve-se levar em conta a diversidade cultural e linguística do avaliado, além das diferenças nos fatores comunicativos, sensoriais, motores e comportamentais.
Funcionamento: Comportamentos funcionais da pessoa levando em conta fatores contextuais que os circunscrevem, capacidades da pessoa em sua relação com os contextos nos quais opera. A deficiência intelectual deixa de ser vista como um estado ou condição da pessoa para ser concebida como um estado de funcionamento, e suas limitações devem ser consideradas tendo como marco o funcionamento humano padrão (faixa etária e cultura).
Inteligência: Parte integrante do processo diagnóstico para DI. Pressupõe habilidade mental que inclui o raciocínio; o planejamento; a solução de problemas; o pensamento abstrato; a compreensão de idéias complexas; a facilidade de aprendizagem conceitual e prática, dentre outros. Essas habilidades permitem à pessoa compreender seu entorno, dando-lhe sentido e sabendo efetivamente como agir. Aprendendo com as experiências e superando os obstáculos por meio do pensamento e da comunicação.
Comportamento adaptativo: Integra o conceito de deficiência intelectual no aspecto prático da relação entre a pessoa e seu ambiente. Engloba “habilidades variadas e sua aplicação às demandas da vida cotidiana, seja na aprendizagem de conceitos, nas relações interpessoais, como nas atividades da vida diária”.
Faixa etária: A AADID estabelece que a demarcação indicada compreende os anos iniciais até aos 18 anos de idade. Justifica-se, nesta abordagem, que a deficiência é um fenômeno do desenvolvimento e são os períodos iniciais do ciclo vital aqueles no quais os processos de mudanças são mais visíveis e constitutivos.
Para quem quiser saber mais, segue o link da addid.